quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Casar ou juntar as escovas de dente?

Quando digo que não quero casar, muitas pessoas me julgam como insensível, desapegada e nada romântica. O “casar” que eu digo é no sentido fútil da coisa. Não quero gastar uma fortuna em uma festa de aparências, com muitos convidados que não fazem parte do meu dia-a-dia, encher a cara de maquiagem, fazer o noivo fritar num terno, fazer
um juramento sob uma religião que não sigo. Não julgo quem casa, porque cada um tem uma opinião e uma experiência diferentes (acho até admirável, porque na verdade é um ato muito bonito). A minha não foi boa. Tanto é que entro em pânico quando me convidam para um casamento. Pode parecer bobagem e eu fico até com vergonha de me apavorar com uma coisa tão simples, mas acontece, fazer o quê?! Fico angustiada e ansiosa e na maioria das vezes em que me forço a ir, acabo indo embora logo no comecinho da festa, porque simplesmente não consigo segurar a tristeza. E chorar de tristeza no dia mais feliz de outras pessoas não é algo que eu considere adequado.
Então, vou casar, sim. No sentido real da coisa. Pelo menos, para mim, casar não é aquela cerimônia na data marcada. É compartilhar a vida, o dia a dia. É ter companhia para um cinema, para lavar a roupa e para ir ao médico. É chegar em casa e saber que tem para quem contar como foi o dia, sobre aquele restaurante ótimo que você descobriu ou ouvir sobre como o trânsito estava caótico. É ficar ansiosa para ver aquela pessoa, mesmo que você tenha acordado com ela e que convivam há séculos. É querer ser melhor para dar seu melhor ao outro. É dar colo, cuidar e receber em troca isso também. É passar por fases dificílimas, mas não desistir, por mais difícil que seja, porque o amor é mais forte. E o amor, por experiência própria, não é suficiente. Temos n fatores que formam um relacionamento. É claro que, se não existir amor, não dá certo. Mas também é preciso ter paciência, confiança, respeito, ter seu próprio espaço e saber dar este espaço ao outro. E sinceridade, muita sinceridade. Mentiras acabam com casamentos e quaisquer outros relacionamentos. E, no meu caso, é preciso também gostar de cachorros!
Para mim, casar é um estilo de vida, não um acontecimento. É a decisão de compartilhar a sua intimidade com outra pessoa que tem a mesma opinião. Por que não pegar aquela fortuna que citei no início e fazer a viagem dos sonhos? Quem melhor que o meu amor para acompanhar? Que tal usar para deixar o nosso canto com a nossa cara?
Resumindo: quer fazer cerimônia, faça. Quer viajar, viaje. Quer apenas dividir o apartamento, divida. Quer que cada um tenha o seu canto, tenha. O importante é ser feliz e haver acordo entre as duas pessoas, sem deixar que tradições, pressão ou influência externa sobreponham o que o casal realmente quer fazer.


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