quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pobres dos educados, que só vêem sofrência por onde vão

Ah, as diferenças! Os detalhes que tornam a vida interessante e a convivência com outras pessoas mais dinâmica e produtiva. Afinal, se todos pensássemos da mesma maneira, onde estaria a graça de um bom debate? E o que seria do aprendizado? E dificilmente haveria troca de experiências. Mas, como nada neste mundo é perfeito, depois de citar todos estes prós, vamos falar dos contras.
Este texto não é sobre as diversidades que você provavelmente está pensando. Deixe-me adivinhar: ao ler o primeiro parágrafo, já lhe veio à mente algo do tipo como uma discussão sobre ateus e cristãos, negros e brancos, homens e mulheres, liberais e conservadores, corintianos e palmeirenses, adoradores de gatos ou cachorros, amantes de chocolate branco ou preto. Não, meu jovem gafanhoto, o assunto aqui é algo muito mais sutil e que talvez, para alguns, seja até sem importância, mas que me deixa de cabelo em pé: educação versus a falta dela.
Minha Nossa Senhora Aparecida das Gentilezas com o Próximo, por que há tantas pessoas que simplesmente ignoram a cordialidade no planeta? Vamos para exemplos mais práticos, para que você possa entender o que estou tentando dizer:

1) Pedir licença

Sim, pedir licença, para mim e provavelmente para você, que lê meu humilde bloguezinho, seja uma coisa cotidiana e indispensável na vida. Mas para muita gente, acredite, não é. E muita gente ainda sente-se ofendida e/ou irritada se alguém o faz.
Quantas vezes estou em uma lata de sardinhas gigante – vulgo ônibus e seus semelhantes – e um indivíduo precisa passar? É comum você não perceber que a pessoa precisa passar, simplesmente porque você só tem dois olhos, ambos na frente da cabeça, com um monte de gente espremida tapando sua visão, então há muitos pontos cegos ao seu redor, certo? Errado! Para os mal educados, isto é errado! Eles passam te esmagando, empurrando e até derrubando sua bolsa ou você, e ainda reclamam que ninguém sai da frente. Por que não pediu licença? Eu me apertaria e faria malabarismos para abrir espaço, porque sei como é difícil movimentar-se em um ônibus lotado.
Agora, vamos ao outro lado: eu, pessoa que recebeu muita educação dos pais, vovôs e titia, quando estou na situação do "passante", o que faço: peço licença, espero a pessoa se mover para aí sim, ir até onde preciso, esforçando-me ao máximo para não esbarrar ou incomodar quem está no caminho. E muitos destes que estão no caminho me olham feio! Como que ofendidos porque pedi licença! Agora deixa algum grosso passar derrubando essas pessoas: nem ligam! Oi?

2) Bom dia e seus derivados

Como é de se esperar, quando entro em um lugar, seja ônibus, recepção de hospital, restaurante, whatever, o mínimo que posso 
fazer é cumprimentar quem lá está trabalhando. Ora, não é porque é o trabalho deles me atender, que vou ser grossa, não é? Um “bom dia” ou um “oi, tudo bem?”, acompanhado de um sorriso tem um grande efeito positivo em quem o recebe – e em quem oferece também, acredite-. E durante o diálogo que se segue, ainda tão importante quanto o início, é conversar com educação, calma e respeito àquele que está lá, sabendo ouvir, além de saber falar. Posso afirmar isso por experiência própria, pois atendi ao público por anos a fio. Hoje em dia, praticamente não faço mais isso, o que muito me alegra, porque só Deus sabe como eu sofri naquele longo período. Imagine a seguinte situação: estou lá eu, tranquila, fazendo meu trabalho e chega um cliente. Estúpido, falando alto, fazendo pouco de mim e do meu conhecimento, como se eu nada fosse. E sem nem falar oi, já entrando e chutando o pau da barraca. Isso acaba com o dia de qualquer um. É um ódio gratuito que existe dentro de algumas pessoas, que jamais vou compreender. Se você tem um ódio gratuito – ou não – aí guardado, trate de controla-lo antes de levantar da cama: ninguém é obrigado a ser saco de pancadas dos outros. Isso é injusto, feio e tem um efeito muito negativo em qualquer um.

3) Obrigado e afins

Imagine: sua caneta caiu e alguém gentilmente a pegou para você. “Obrigado!”, certo? Para você e para mim pode até ser óbvia a resposta, mas para muitos, não é bem assim. Quantas vezes fiz uma gentileza e a pessoa nem olhou na minha cara? Não ajudo os outros para ser reconhecida, mas porque se está ao meu alcance, por que não fazê-lo? Só que, ser humano cheio de defeitos que sou, espero sim – e talvez isso seja errado - o mínimo de educação do outro.
Acontece com frequência, quando estou em um restaurante, por exemplo, o garçom trás o meu prato e quando eu agradeço, o ser fica surpreso, sem ação. Por que isso acontece? Porque simplesmente a maioria dos clientes que o coitado atende mal percebe que ele existe e está pouco se lixando se ele está se esforçando para prestar um bom serviço.

Enfim, depois de tudo isso, concluo que:
Sim, sou uma pessoa intolerante. Intolerante com a falta de educação e de respeito. Não suporto a ideia de existir gente grossa. Fico possessa se sou educada e gentil e não recebo o mesmo tratamento de volta. Ou se vejo alguém sendo tratado de outra maneira que não seja com cordialidade. E sei que dizem que “não devemos esperar nada dos outros e mimimi”, mas eu espero, sou assim. E não acho que seja um defeito tão ruim, porque, afinal, eu poderia estar roubando, matando, mas não... estou aqui sendo educada e torcendo para que o sejam comigo e com os outros também. E não é nada demais, céus! Somos seres racionais e civilizados, não somos? Ou será que a grande maioria é só na teoria e manda a prática às favas?
Este tipo de diferença não me atrai, não é construtiva e eu não faço questão de compreender.

#prontofaleitoleve

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