Tenho orgulho da pessoa que me tornei. Por mais que eu me
preocupe demais, queira sempre abraçar o mundo e cuidar de todo mundo, há
coisas minhas de que gosto. Sou ansiosa, perfeccionista, faço questão de ter
tudo sempre muito bem explicadinho e bem resolvido – há quem descreva isso como
ser “cri-cri”, mas cada um é cada um-. Dá trabalho, mas acho que isso é o
certo (ok, talvez exceto a parte de ser ansiosa, isso é muito ruim).
Apesar de tudo, sou pé no chão. Quando necessário, consigo
equilibrar a razão e a emoção e ter atitudes acertadas, por mais que me pareçam
dolorosas a princípio. Também sou equilibrada, segura de mim, forte. E foi
difícil alcançar todas estas características que considero tão importantes. Mas
às vezes, com uma coisinha de nada, tudo isso parece sumir.
Quem não conhece a nossa história, nossa trajetória, tudo o
que passamos, jamais entenderá que um simples comentário pode trazer à tona uma
tonelada de lembranças, emoções e traumas que, com muito custo, conseguimos
manter escondidinhos e adormecidos nos lugares mais distantes do coração e da
memória.
O que parece apenas um cubo de gelo é, na verdade, a ponta
de um iceberg que
adoraríamos manter bem quietinho no fundo do oceano. Mas, em
algum momento, algum desavisado esbarra ali e, sem saber da missa um terço,
desencadeia tudo o que não somos.
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Fonte: http://stopabusecampaign.com/wp-content/uploads/2015/07/iceberg5.jpg |
Odeio perder meu equilíbrio, minha razão. Detesto falar,
falar e não conseguir dizer o que estou pensando ou realmente sentindo,
simplesmente porque toda a minha segurança evaporou naquele instante. E para
reparar tudo isso, ah, que trabalheira!
Enfim, pensando também no meu post anterior, vou chegando à
conclusão de que a maioria dos problemas é causada pela ignorância. Sabe, falta
de conhecimento do outro e também falta de interesse em conhecer. Mas é assim
que as coisas são hoje em dia, não? Celulares, aparelhos de televisão, carros e
pessoas, tudo tem um curto prazo de vida útil na mão de um mesmo indivíduo. E quem
não pensa assim? Este, assim como eu, já nasceu com o prazo de validade
esgotado, para um mundo frio e vazio como o nosso.
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