terça-feira, 29 de setembro de 2015

A jovem velha de 27 anos

Este é um dos textos que eu havia deixado prontos há um tempos. Acho que escrevi no ano passado, mas continuo pensando da mesma maneira. Não tenho certeza, mas acho que postei na minha time line. Enfim, atualizei meia dúzia de palavras, mas acho que continua divertido. Espero que gostem! ^-^
PS: fiquei com preguiça de fazer ilustraçãozinha desta vez. #prontofaleitoleve

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Agora que estou um pouco mais perto dos trinta do que dos vinte, percebi que a gente muda com o tempo, mesmo. Fiz até uma lista:
  • A gente começa a gostar de outros tipos de música.  Não deixei de gostar das minhas bandas de sempre, mas me tornei mais aberta a outros estilos, que eu jamais imaginaria curtir um dia. Exceto Nirvana, que foi minha banda preferida até uns 18 anos e, certa manhã, acordei e pensei “Blé! Que graça eu vi (ouvi) nisso?” e dei todos os meus CDs para o meu irmão, porque não aguentava (e não aguento) ouvir mais nem um acorde daquilo.
  • A gente começa a usar roupas diferentes. Antes era só All Star, a maioria das roupas era preta, essas coisas. Agora, vejo uma coisa diferente, e, independente da cor ou do estilo, se caiu bem, eu uso (exceto aquelas blusinhas de camelô com estampa dos Ramones, isso já é demais). Antigamente, quem abrisse meu guarda-roupa, provavelmente não enxergaria nada, porque era um breu só. Agora até separo as blusinhas por ordem de cor (continuo sistemática, isso não mudou). Hoje, (ou melhor, no dia em que escrevi isto) por exemplo, estou usando uma saia longa com estampa de palmeiras, uma blusinha verde água e uma rasteirinha combinando.  Alguém consegue me imaginar vestida desse jeito? Ah, e falando em palmeiras, aumentou a quantidade de itens do meu verdão. S2
  •  A gente come praticamente de tudo. Hoje eu gosto de salada e adoro abobrinha refogada. Deu fome, como o que tem. Até chuchu cozido eu estou comendo. Dificilmente acontece algo do tipo “Ai, que fome, vou ver o que tem pra comer. Credo, sopa, deixa quieto”, como acontecia antigamente. Mas não me venham com jiló, que tudo em limite. Apesar de que, na hora da fome...
  •  A gente diminui o círculo de amigos e seleciona mais OS amigos. Agora a qualidade supera a quantidade. Tenho poucos amicíssimos, mas estes valem por uma turma toda. O tipo de amizade muda. Você conta com estes amigos de hoje em momentos de lazer, claro, mas eles estão em todos os outros momentos realmente importantes da sua vida. A mudança para a nova casa, o aniversário do seu pai, os conselhos e broncas que você dá e recebe, o levar arrastado ao médico quando precisa e teima em não ir, a aprovação ou não do seu novo namorado (e vice-versa). A gente acaba se tornando parte da família um do outro e ficando íntimo a ponto de falar de assuntos como dor de barriga e anticoncepcionais (independente se é homem ou mulher). E a gente sai para jantar, só para botar o papo em dia, saber como o outro está, sem frescura ou ciúme vindo dos respectivos “parceiros”. E a gente gosta e se interessa, mesmo, pelo bem estar do outro e de sua família, que, no geral, a gente gosta muito também.
  • A gente fica mais desapegado e não sabe mais lidar com coisas como ciúme, fofocas, gente possessiva e assuntos relacionados.
  • A gente valoriza (e muito!) a nossa própria companhia. Eu amo ficar sozinha em casa. Bato papo comigo mesma, cuido de mim (faço hidratação, depilação, unha, sobrancelha) ou simplesmente fico deitada com a janela aberta, olhando o céu lá fora e torcendo para cair uma garoinha pra me molhar um pouco.
  •  A gente estranha quando percebe que tem gente mais ou menos da mesma idade na faculdade. Me formei há seis anos... parece uma eternidade!
  • A gente se preocupa mais com os outros e com o mundo. Vejo uma pessoa na rua precisando de um help, tento ajudar. Vejo lixo no chão, recolho. Se alguém não aparece no trabalho e não avisa, já fico preocupada e rezando para que nada de mal tenha lhe acontecido. Eu saio e apago as luzes, desligo os monitores, estou sempre com uma garrafinha de água, para não ficar desperdiçando copinhos. E a cada dia, me apaixono mais por animais. Resumindo, acho que a gente vai virando mulherzinha.
  • A gente se sente um jovem velho.

Tudo muda, exceto minha cara de eternos dezesseis anos!
Alguém se identifica?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Casar ou juntar as escovas de dente?

Quando digo que não quero casar, muitas pessoas me julgam como insensível, desapegada e nada romântica. O “casar” que eu digo é no sentido fútil da coisa. Não quero gastar uma fortuna em uma festa de aparências, com muitos convidados que não fazem parte do meu dia-a-dia, encher a cara de maquiagem, fazer o noivo fritar num terno, fazer
um juramento sob uma religião que não sigo. Não julgo quem casa, porque cada um tem uma opinião e uma experiência diferentes (acho até admirável, porque na verdade é um ato muito bonito). A minha não foi boa. Tanto é que entro em pânico quando me convidam para um casamento. Pode parecer bobagem e eu fico até com vergonha de me apavorar com uma coisa tão simples, mas acontece, fazer o quê?! Fico angustiada e ansiosa e na maioria das vezes em que me forço a ir, acabo indo embora logo no comecinho da festa, porque simplesmente não consigo segurar a tristeza. E chorar de tristeza no dia mais feliz de outras pessoas não é algo que eu considere adequado.
Então, vou casar, sim. No sentido real da coisa. Pelo menos, para mim, casar não é aquela cerimônia na data marcada. É compartilhar a vida, o dia a dia. É ter companhia para um cinema, para lavar a roupa e para ir ao médico. É chegar em casa e saber que tem para quem contar como foi o dia, sobre aquele restaurante ótimo que você descobriu ou ouvir sobre como o trânsito estava caótico. É ficar ansiosa para ver aquela pessoa, mesmo que você tenha acordado com ela e que convivam há séculos. É querer ser melhor para dar seu melhor ao outro. É dar colo, cuidar e receber em troca isso também. É passar por fases dificílimas, mas não desistir, por mais difícil que seja, porque o amor é mais forte. E o amor, por experiência própria, não é suficiente. Temos n fatores que formam um relacionamento. É claro que, se não existir amor, não dá certo. Mas também é preciso ter paciência, confiança, respeito, ter seu próprio espaço e saber dar este espaço ao outro. E sinceridade, muita sinceridade. Mentiras acabam com casamentos e quaisquer outros relacionamentos. E, no meu caso, é preciso também gostar de cachorros!
Para mim, casar é um estilo de vida, não um acontecimento. É a decisão de compartilhar a sua intimidade com outra pessoa que tem a mesma opinião. Por que não pegar aquela fortuna que citei no início e fazer a viagem dos sonhos? Quem melhor que o meu amor para acompanhar? Que tal usar para deixar o nosso canto com a nossa cara?
Resumindo: quer fazer cerimônia, faça. Quer viajar, viaje. Quer apenas dividir o apartamento, divida. Quer que cada um tenha o seu canto, tenha. O importante é ser feliz e haver acordo entre as duas pessoas, sem deixar que tradições, pressão ou influência externa sobreponham o que o casal realmente quer fazer.