terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Orgulho, valores e prazo de validade

Tenho orgulho da pessoa que me tornei. Por mais que eu me preocupe demais, queira sempre abraçar o mundo e cuidar de todo mundo, há coisas minhas de que gosto. Sou ansiosa, perfeccionista, faço questão de ter tudo sempre muito bem explicadinho e bem resolvido – há quem descreva isso como ser “cri-cri”, mas cada um é cada um-. Dá trabalho, mas acho que isso é o certo (ok, talvez exceto a parte de ser ansiosa, isso é muito ruim).

Apesar de tudo, sou pé no chão. Quando necessário, consigo equilibrar a razão e a emoção e ter atitudes acertadas, por mais que me pareçam dolorosas a princípio. Também sou equilibrada, segura de mim, forte. E foi difícil alcançar todas estas características que considero tão importantes. Mas às vezes, com uma coisinha de nada, tudo isso parece sumir.

Quem não conhece a nossa história, nossa trajetória, tudo o que passamos, jamais entenderá que um simples comentário pode trazer à tona uma tonelada de lembranças, emoções e traumas que, com muito custo, conseguimos manter escondidinhos e adormecidos nos lugares mais distantes do coração e da memória.

O que parece apenas um cubo de gelo é, na verdade, a ponta de um iceberg que
Fonte: http://stopabusecampaign.com/wp-content/uploads/2015/07/iceberg5.jpg
adoraríamos manter bem quietinho no fundo do oceano. Mas, em algum momento, algum desavisado esbarra ali e, sem saber da missa um terço, desencadeia tudo o que não somos.

Odeio perder meu equilíbrio, minha razão. Detesto falar, falar e não conseguir dizer o que estou pensando ou realmente sentindo, simplesmente porque toda a minha segurança evaporou naquele instante. E para reparar tudo isso, ah, que trabalheira!


Enfim, pensando também no meu post anterior, vou chegando à conclusão de que a maioria dos problemas é causada pela ignorância. Sabe, falta de conhecimento do outro e também falta de interesse em conhecer. Mas é assim que as coisas são hoje em dia, não? Celulares, aparelhos de televisão, carros e pessoas, tudo tem um curto prazo de vida útil na mão de um mesmo indivíduo. E quem não pensa assim? Este, assim como eu, já nasceu com o prazo de validade esgotado, para um mundo frio e vazio como o nosso.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Êta aninho azedo!

“Não é a chegada de 2016 que vai mudar a sua vida. É você quem deve mudar.” Quem não leu mensagens como esta em tudo quanto é rede social, que atire o primeiro smartphone.

Vamos direto ao ponto: a gente deve ter discernimento e sabedoria para enxergar as próprias falhas e procurar melhorar para que não se repitam? Sim. Ter força e paciência para resolver problemas? Sim, também. Mas e quando você tem isso tudo e as coisas simplesmente não funcionam? Aí, meu filho, na minha opinião, é o universo, destino, karma ou como quer que você chame, que não está deixando a coisa fluir.

Convivendo e conversando com as mais diversas pessoas, cheguei à conclusão de que
Retirado de http://memexicano.com/
não foi apenas o meu 2015 que foi cagado complicado. Todo mundo teve seus pontos altos e baixos, claro, mas os baixos, ah, os baixos... estes conseguiram ocupar boa parte dos dias de muitos de nós, reles mortais.

Falando resumidamente do meu ano que passou: muito stress, muita preocupação, muito tempo e energia dedicados a assuntos que, infelizmente, não puderam ser resolvidos com finais felizes, decisões difíceis foram tomadas, por mais doloridas que fossem, esperanças foram quebradas, diálogos improváveis foram travados, decepções aconteceram e o cansaço tomou conta de mim. E para ninguém dizer que só vejo o lado ruim das coisas: amizades foram retomadas, outras se tornaram ainda mais fortes, medos começaram a se dissipar e comecei a dar mais valor a minha própria companhia.

Mas, com tudo isso, o que quero dizer é: a gente pode se desdobrar, mas nem sempre tudo vai dar certo como a gente gostaria e, infelizmente, há períodos, ou “marés de azar”, onde simplesmente não adianta tentar, X coisa não vai acontecer/se revolver e ponto. E não estou sendo pessimista, isso é apenas a realidade que venho experimentando junto a tantas outras pessoas. A diferença entre o pessimista e eu é que, apesar de toda essa zica, eu continuo tentando. Sei que, com isso, muitas vezes posso passar a imagem de inocente, teimosa (isso eu sou mesmo), avoada ou até sem noção. Mas o importante é deitar no meu travesseiro à noite e saber que eu fiz.

Então, para você que teve um ano passado cheio de baixos, não desanime: tamo junto!